
A Negligência, a Reflexão e a Criptomnésia
Quando estamos “sem ideia” para produzir um texto inédito, nós abordamos algum assunto e, nos valemos de escritos de outros autores para embasar o texto que estamos produzindo.
Porém, por algum motivo, que podemos rotular de negligência, distração, ou qualquer outro termo que você preferir, nós não listamos ao final de nossa produção textual a bibliografia consultada e, dias ou meses depois, quando voltamos ao texto para publicá-lo, não sabemos de onde extraímos as ideias escritas.
Por outro lado, todos nós, em alguns dos momentos de produção textual, temos lampejos de inspiração que nos levam à produção de textos inéditos.
Esses textos inéditos demonstram a nossa capacidade de produção literária para contribuir com o vasto universo das letras nas mais variadas disciplinas.
Essa inspiração que nos traz um texto inédito nos enche de satisfação porque nos faz saber que, no meio literário “nós prestamos para alguma coisa” e por isso podemos deixar a nossa marca no mundo.
Porém, existe também a criptomnésia, que nada mais é que o plágio de ideias existentes o qual fazemos de maneira inconsciente.
Em seu artigo elucidativo sobre a criptomnésia Maria Popova [1] cita:
Muito do que um escritor sabe, particularmente discurso e conhecimento sociocultural, existe apenas na forma tácita. Por exemplo, os padrões de frase, bem como as crenças culturais, são compartilhados por membros da mesma comunidade discursiva e são utilizados livremente por todos, sem percepção consciente. O mesmo tipo de cópia inconsciente também pode ocorrer com frases, fatos e argumentos específicos – formas de conhecimento específico de domínio. Quando isso acontece, no entanto, o autor está sujeito à acusação de plágio … [Criptomnésia] pode levar ao plágio inadvertido se um escritor deixar de reconhecer involuntariamente uma fonte anterior devido à falha em reconhecer seus próprios pensamentos e palavras como não originais.
Sobre este assunto eu quero discorrer com mais detalhes nesta mesma postagem quando tiver uma folguinha, a partir deste ponto.
Entretanto, o final da postagem é este:
Não tenho pretensão de ser o mais sábio de todos e aparecer como um gênio literário.
Porém, nem por isso vou me abster de publicar um texto que sob a minha percepção, possa trazer benefícios para outras pessoas.
Principalemnte devido à minha fé evangélica, onde eu tenho a necessidade de retransmitir os ensinos de meu Senhor Jesus Cristo.
Sendo assim, todos os textos que estiverem neste site, sem constar a bibliografia, poderá ser:
(1) um texto inédito de minha produção;
(2) um texto que escrevi há tempos, consultando ideias de outros autores, e esqueci de colocar a bibliografia;
(3) um texto que, sem a minha percepção, eu gravei uma forma de conhecimento em meu subconsciente e, na hora da produção textual, me aflorou como uma inspiração, porém não passando de um evento de criptomnésia.
Se alguém, encontrando um problema de autoria, quiser se dar ao trabalho de me corrigir nos pontos (2) e (3) acima eu agradecerei de coração e vou corrigir as bibliografias nos textos apontados.
Francisco Erdos
[1] POPOVA, Maria. A psicologia da criptomnésia: como nós, inconscientemente, plagiamos as ideias existentes. Disponível em: https://www.themarginalian.org/2014/09/26/cryptomnesia-psychology-of-writing/ Acesso em 09/12/2021.