
Jesus e os discípulos de Emaús
Texto Bíblico: Lucas 24.13-35 [1] [2]
INTRODUÇÃO:
Jesus havia ressuscitado e o anjo havia aparecido para as mulheres que foram ao túmulo para ungir o corpo de Jesus com as especiarias e perfumes.
Aquelas mulheres estavam demonstrando devoção, mas também, estavam demonstrando que não compreenderam Jesus, pois o próprio Jesus havia dito por diversas vezes que ressuscitaria ao terceiro dia (vv. 1-7).
As mulheres voltaram para junto dos discípulos e relataram a eles o acontecido, eles acharam que elas estavam delirando e não acreditaram nelas, mas Pedro e João (v. 12; João 20.1-10) foram ao túmulo para verificar e viram que Jesus não estava no sepulcro, porém os lençóis e o lenço haviam sido deixados.
Naquele mesmo dia, no final da tarde, dois discípulos iam para Emaús, que distava cerca de trinta quilômetros de Jerusalém (outros dizem que eram somente dez quilômetros). A caminhada deveria durar de 5 a 6 horas em velocidade média (ou duas, se a distância era menor). Eles conversavam acerca do que havia sucedido.
Aconteceu que, enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles. (v. 15). Mas eles não o reconheceram. Então Jesus perguntou sobre o que eles falavam e eles, com tristeza, contaram-lhe sobre a condenação e morte na cruz e depois, na manhã daquele mesmo dia, o corpo de Jesus não estava no sepulcro.
Jesus tomando a palavra começou a explicar a eles o que constava sobre ele em toda a Escritura, desde Moisés até os Profetas, enquanto se aproximavam da aldeia dos dois discípulos.
Ante essa Introdução, vamos meditar sobre Jesus e os discípulos de Emaús, e como:
I. CAMINHOU JUNTO COM ELES (vv. 28-29):
28 Quando se aproximavam da aldeia para onde iam, fez ele menção de passar adiante. 29 Mas eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque é tarde, e o dia já declina. E entrou para ficar com eles.
Jesus iria seguir adiante, se os discípulos não o tivessem convidado para ficar com eles. O plano que Deus tem para as nossas vidas não dispensa as decisões de nossa parte.
Deus quer nos abençoar com a Sua presença, mas depende de nós querermos ter comunhão com Ele, pois se estivermos na sujeira do pecado, com maus pensamentos, ira, falta de perdão, ou qualquer outra coisa que Deus abomina, Ele não terá comunhão conosco. É impossível!
Mas se estivermos com o coração aberto para perdoar, sem rancor contra as pessoas, os pensamentos limpos de toda sujeira do pecado e o coração disposto a obedecer à Sua Palavra, Deus terá o prazer de se fazer presente em nossa vida, nos dando a Sua comunhão e a Sua benção.
O Senhor está sempre próximo de nós. Estando nós com o coração voltado para o Senhor, poderemos fazer o mesmo pedido que os discípulos fizeram a Ele:
“Fica Senhor, já se faz tarde
Tens meu coração para pousar
Faz em mim morada permanente
Fica Senhor, fica Senhor, meu salvador”
Os discípulos desejavam ardentemente saber mais do ensino que tiveram da boca do mestre desconhecido. Eles não queriam se separar daquele que tão profundamente havia falado acerca da salvação das nossas almas.
Esse pedido se tornou o mais popular dos hinos noturnos. Uma verdadeira oração que cada cristão faz ao chegar da noite. Após um dia de luta, um dia onde as esperanças parecem falhar e estamos tristes. Mas também para aqueles momentos em que sentimos que Jesus está falando conosco de várias maneiras.
Prosseguindo, vamos refletir sobre Jesus e os discípulos de Emaús, e como:
II. PARTIU O PÃO PARA ELES E FOI RECONHECIDO (v. 30-31):
30 E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu; 31 então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles.
O texto não diz em que lugar eles estavam: se na casa de um dos discípulos ou se em uma hospedaria. O fato é que Jesus assumiu o papel de anfitrião, talvez por causa de sua liderança natural, ou porque eles deram-lhe a honra de fazer a oração de agradecimento pelo pão.
Mas o que foi que sucedeu que fez com que reconhecessem o Senhor? Seria simplesmente porque Jesus o quis naquele momento e lhes abriu o entendimento para que o reconhecessem?
Ou seria porque os discípulos começaram a observar o Mestre e reconhecerem a maneira com que Jesus fez a oração, as palavras usadas, ou o jeito de partir o pão e dando a eles.
Talvez a maneira com a qual Jesus se comunicou com eles, os trejeitos, as construções das frases, despertando neles as memórias da convivência com Ele.
Ou ainda, eles teriam visto as marcas dos cravos nas mãos de Jesus e em seguida prestassem mais atenção na Sua fisionomia.
Ao sinal de que os discípulos o haviam reconhecido, Jesus desapareceu da frente deles. Jesus cumpriu o Seu objetivo daquele momento que era o de ensinar e fortalecer os seus discípulos, dando-lhes um momento Seu com eles, de forma que eles pudessem testemunhar a respeito, para os outros discípulos, tanto aqueles do momento em Jerusalém, quanto os que viriam mais tarde.
Para finalizar, vamos aprender sobre Jesus e os discípulos de Emaús, e como:
III. FOI SENTIDOPOR ELES (v. 32):
32 E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?
Enquanto Jesus lhes falava pelo caminho até o destino deles, o coração deles era aquecido, o espírito iluminado e a esperança reavivada, pelas explicações sobre o que eles nunca antes haviam entendido.
Agora eles sabiam que as mulheres que haviam ido ao túmulo de Jesus e ouvido as explicações dos dois anjos que lá estavam a respeito da ressurreição do Senhor não estavam fantasiando e sim, falando a verdade.
E sabiam também agora que, o que os discípulos viram (somente os lençóis e o lenço), ao verificar a história das mulheres, era a confirmação da ressurreição.
E como era maravilhoso que eles dois fossem escolhidos pelo Senhor para ouvir dele próprio as explicações contidas nas Escrituras e que agora pudessem compreender como nunca antes haviam compreendido.
Ainda que, talvez, eles tivessem estranhado o fato de não ter percebido que era o Senhor, com a sua maneira peculiar de ensinar, com a qual já tivessem experiências passadas. E mesmo achando o ensino poderoso, que preenchia o coração deles, não perceberam que era o mestre.
Eles estavam tão cheios de alegria que necessitavam compartilhar isso com os outros discípulos imediatamente, não importando ser tivesses que fazer a caminhada de volta. O que tinha se passado com eles não podia, de forma alguma ser deixado para o dia seguinte. Os outros discípulos tinham que tomar conhecimento do fato naquela mesma noite.
“E, na mesma hora, levantando-se, voltaram para Jerusalém, onde acharam reunidos os onze e outros com eles, os quais diziam: O Senhor ressuscitou e já apareceu a Simão! Então, os dois contaram o que lhes acontecera no caminho e como fora por eles reconhecido no partir do pão“. (vv. 33-35)
CONCLUINDO:
Nós refletimos sobre Jesus e os discípulos de Emaús e como:
- Caminhou junto com eles;
- Partiu o pão para eles e foi reconhecido;
- Foi sentido por eles.
Refletimos sobre o fato de Jesus ter escolhidos dois de Seus discípulos para conversar com eles e lhes ensinar acerca do que havia sido predito sobre Ele no Antigo Testamento e o seu cumprimento, e sobre o que Ele próprio havia lhes ensinado, inclusive acerca de Sua ressurreição
.
Assim como Jesus fez com seus discípulos no caminho de Emaús, Ele faz conosco hoje.
Ele tira a nossa tristeza e enche o nosso coração de esperança e alegria, nos dá entendimento acerca das Suas Verdades.
E nos dá a Sua bênção e a Sua graça, para que nós possamos seguir adiante e possamos cumprir tudo aquilo que Ele quer que nós façamos.
Que Deus nos abençoe.
[1] HENDRIKSEN, William. Lucas Volume 2: Comentário do Novo Testamento. São Paulo: Cultura Cristã, 2003, pp. 701-702
[2] BIBLEHUB Commentaries on the Gospel of Luke (24.28-32). Disponível em <https://biblehub.com/commentaries/luke/24-28.htm> acesso em 07/12/2021.
Muitos dizem que o Velho Testamento não mais tem importância depois da ressurreição de Jesus. Porém vemos o próprio Jesus usando o Velho Testamento para evangelizar.
Corretíssima a sua observação.
O Novo Testamento é fundamentado no Antigo Testamento.