
Não Nos Gloriaremos Em Nós Mesmos
Texto Bíblico: Romanos 11.33-36
Em Romanos 11 Paulo explica a respeito do futuro de Israel (1-10), que a rejeição de Israel não é final (11-24) e que o último desígnio de Deus é a misericórdia para com todos (25-32). A parte final de Romanos 11 (33-36) fala sobre a maravilhosa sabedoria dos desígnios divinos.
A parte final de Romanos 11 é uma doxologia: que é um “hino ou cântico de glorificação a Deus”.
Nesta reflexão nos ateremos somente na parte final de Romanos 11, analisando os versículos de 33 a 36:
33 Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!
- A palavra profundidade tem o intuito de transmitir a ideia de algo sem medida, ou cuja medida a mente humana não possa calcular.
- A palavra riqueza, dirigida ao entendimento do homem, só pode fazer referência àquilo que traz benefícios ao homem, começando com a misericórdia de Deus pela nossa salvação, e tudo o mais que Deus nos concede durante a nossa vida.
- Quem poderá dizer a Deus o que fazer ou não fazer? O homem não tem condições nenhuma de acompanhar Deus em seus caminhos O homem não tem capacidade intelectual ou intuitiva de julgar os “juízos” de Deus. Jó 5.9 diz: “Ele faz coisas grandes e inescrutáveis e maravilhas que não se podem contar;”
34 Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?
- Aqui Paulo repete o que diz em Is 40.13-14 com uma pequena variação: “13 Quem guiou o Espírito do SENHOR? Ou, como seu conselheiro, o ensinou? 14 Com quem tomou ele conselho, para que lhe desse compreensão? Quem o instruiu na vereda do juízo, e lhe ensinou sabedoria, e lhe mostrou o caminho de entendimento?”;_
- em 1Co 2.16 Paulo repete novamente: “Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.”
- É impossível para o homem penetrar na mente divina, profunda em sabedoria e conhecimento. É impossível alguém ser um conselheiro de Deus, porquanto ele mesmo é a perfeição de toda a sabedoria, e não precisa que alguém venha em seu auxílio, procurando influenciá-lo em suas decisões.
- Não existe em homem nenhum a capacidade física ou cerebral que possa penetrar na mente divina. Paulo aqui restringe a audácia humana, a fim de impedir que o homem venha a reprovar a Deus em quaisquer de seus conselhos ou decretos.
35 Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?
- Aqui Paulo refaz a pergunta que Deus fez para Jó (41.11): “Quem primeiro me deu a mim, para que eu haja de retribuir-lhe? Pois o que está debaixo de todos os céus é meu.”
Tudo o que somos e tudo o que temos recebemos de Deus, gratuitamente!
- De nós mesmos não temos nada, pois nada podemos ter ou fazer se Deus não o quiser. E Paulo nos dá um aviso para que não ficarmos soberbos devido a alguma coisa que tenhamos ou sejamos, como se viesse de nós, da nossa capacidade, sem a necessidade de Deus.
- Paulo fala isso em 1Co 4.7: “Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?”
36 Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!
- O cântico de louvor de Paulo expõe a inter-relação da majestade de Deus onde sua vontade soberana (“dEle”). sua atividade soberana (“por meio dEle”) e sua glória soberana (“para Ele”) são ricamente exibidas.
- Deus é a causa primária de todas as coisas. Através de Deus todas as coisas foram produzidas e colocadas em ordem. E Deus é a causa final de tudo, ou seja, todas as coisas se dirigem para Deus.
- Por isso é que devemos ter o pensamento correto a respeito de “ser” e de “ter”: Tudo o que somos, e tudo o que temos, se há alguma glória nisso, essa glória pertence ao Senhor Jesus, e não a nós.
Que Deus nos abençoe.
Sobre questões bibliográficas ver o artigo: A Negligência, a Reflexão e a Criptomnésia