O Nosso Amor a Deus

Pontuação da Oferta0
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Texto Bíblico: 1 João 3.13-24 [1]

INTRODUÇÃO:

Devido às nossas características pecaminosas temos a tendência de sermos egoístas e pensarmos somente em nosso bem-estar, sem ligar para o próximo.

Temos a tendência também de superestimar as dificuldades pelas quais passamos e olhar para o próximo e pensar que ele também deverá passar pelas suas próprias dificuldades sem a nossa ajuda, pois, segundo o que pensamos, cada um deve se esforçar e “se virar como pode”, para suprir suas necessidades.

E outra tendência que temos é a de ignorarmos que existem pessoas com menor capacidade que a nossa para viver e existem obstáculos que elas não conseguem superar para buscar o seu sustento e por isso passam necessidades, sem conseguir o básico para subsistir.

Diante do exposto, vamos analisar o texto bíblico que lemos e verificar O Nosso Amor a Deus…

I. QUANDO SOMOS INDIFERENTES AO PRÓXIMO (vv. 13-15):

13 Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia. 14 Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte. 15 Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si.

João diz: “Não fiquem maravilhados porque o mundo sente ódio por vocês,” Jesus já havia tratado sobre esse assunto em João 15.18-19 quando disse: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia”.

Em seguida João destaca, “Aquele que não ama permanece na morte”:


“O filho de Deus passa da morte para a vida, mas a pessoa que pertence ao maligno permanece na morte. Por quê? Porque ela não ama. A marca da vida espiritual é o amor. E, quando o amor é expresso, a vida floresce. Se o amor está ausente da vida de uma pessoa, o ódio, com todas as suas consequências sombrias, preenche esse vazio.”


Para completar João diz que todo aquele que não tem amor pelo seu irmão é um assassino. A respeito desse versículo João Calvino disse “Se desejamos que um mal aconteça ao nosso irmão causado por outra pessoa, somos assassinos”.

Diante do que já vimos até agora, podemos afirmar que: Se desejarmos que aconteça o mal com uma pessoa, mesmo que esse mal seja consequências de seus próprios atos, nós somos assassinos. Pois isso demonstra a nossa falta de amor e o oposto do amor é o ódio, não existe meio termo entre o amor e o ódio, tal como “indiferença”.

Dessa forma, precisamos rever os nossos sentimentos em relação ao próximo. Não importando quem seja o próximo, pois, mesmo que algumas pessoas não estejam ainda congregando na Igreja, elas podem responder ao chamado do Senhor mais tarde.

Lembremo-nos de que tudo isso está lastreado desde a antiguidade, quando Deus, nos Dez Mandamentos, determinou: “Não Matarás” (Ex 20.13).

Continuando vamos verificar O Nosso Amor a Deus…

II. QUANDO FECHAMOS O NOSSO CORAÇÃO AO PRÓXIMO (vv. 16-18):

16 Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. 17 Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? 18 Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.

Da mesma forma que Jesus deu a Sua vida por nós, nós devemos fazer tudo ao nosso próximo (não importando quem seja ele ou ela). Talvez não seja necessário dar a nossa vida pelo próximo, mas podemos dedicar a nossa vida a ajudar ao próximo.

A vida tem “muitos altos e baixos” e quem está bem hoje poderá estar em dificuldades amanhã. É nosso dever acompanhar a vida do nosso próximo e saber como está a provisão alimentar de sua família. Verificar se não está passando por necessidades.

Mesmo que tenhamos planos para as nossas economias. Estamos economizando mês a mês para fazer a compra dos nossos sonhos. Pode ser um eletrodoméstico para a nossa casa, um carro, ou qualquer outro objeto. Se soubermos que alguém está passando necessidades e não o acudimos (desinteirando as nossas economias) com os cuidados necessários, não temos em nós o amor de Deus.

E em 1 João 4.2 está escrito: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.”

Deus já determinou em Deuteronômio 15.7-11 que nós devemos acudir o pobre em suas necessidades.

E Tiago 2.14-17 diz: “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta”.

Por isso não adianta nada fingirmos que não estamos vendo a necessidade do próximo, ou até: evitarmos nos encontrar com o próximo prevendo que talvez ele esteja com alguma dificuldade. Se e você não o ver não tomará conhecimento de suas necessidades, se porventura estiver precisando de alguma coisa. Isso é falta de amor (e como não existe meio termo) isso se traduz em ódio e assassinato.

Prosseguindo vamos verificar O Nosso Amor a Deus…

III. QUANDO ATENDEMOS AS NECESSIDADES DO PRÓXIMO (vv. 19-23):

19 E nisto conheceremos que somos da verdade, bem como, perante ele, tranquilizaremos o nosso coração; 20 pois, se o nosso coração nos acusar, certamente, Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as coisas. 21 Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus;

22 e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável. 23 Ora, o seu mandamento é este: que creiamos em o nome de seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.

Para nós nos colocarmos diante de Deus com confiança devemos obedecer a lei do amor. Assim estaremos perante Ele sem haver acusação em nosso coração e a nossa comunhão com Ele será mais plena. Mais completa.

Algumas vezes, deixamos de amar nosso próximo e nossa consciência pesada nos perturba. Mas quando caímos em pecado e nossa consciência nos acusa por nossa falta de amor para com nosso irmão ou irmã, não devemos nos desesperar como se estivéssemos perdidos.

[…] Mesmo que de tempos em tempos nossa consciência venha a nos oprimir e nos leve a questionar nosso relacionamento com Deus, ainda podemos nos voltar para Deus. Devemos aquietar nosso coração sabendo que pertencemos a Deus (ver 4.6) e que temos livre acesso ao trono de Deus (Hb 4.16).

Deus vai nos perdoar porque é um Deus de misericórdia. Mas a partir da conscientização da nossa culpa, devemos corrigir a nossa atitude o mais rápido possível.
Estando em obediência aos mandamentos do Senhor, receberemos dEle tudo o que lhe pedirmos. Ora, o mandamento do Senhor é que amemos o próximo e atendamos às suas necessidades.

CONCLUINDO (v. 24):

24 “E aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus, nele. E nisto conhecemos que ele permanece em nós, pelo Espírito que nos deu.”

Como já dissemos há pouco: a nossa comunhão com Deus é mais completa quando estamos em obediência aos Seus mandamentos.

Lembrando o que está escrito em Deuteronômio 15.11: “Pois nunca deixará de haver pobres na terra; por isso, eu te ordeno: livremente, abrirás a mão para o teu irmão, para o necessitado, para o pobre na tua terra”.

Você pode se considerar financeiramente pobre, quando se compara aos ricos da cidade, mas sempre haverá pessoas mais pobres do que nós, que são os pobres da terra.

Podemos não ter muitas coisa para doar, mas imagine a situação de uma família que não tem nada para comer. Se doar R$ 50,00 essa família poderá comprar as coisas básicas para comer durante vários dias.

Por isso, vamos reavaliar as nossas atitudes diante de Deus a quem dizemos amar e diante do próximo a quem devemos amar, e fazer o que o Senhor no mandou.

Que Deus nos abençoe.


[1] KISTEMAKER, Simon. Tiago e Epístolas de João: Comentário do Novo Testamento. São Paulo: Cultura Cristã, 2006, pp. 410-429.

Francisco Erdos
Francisco Erdos

Doutor em Teologia pela PUC-PR. Mestre em Teologia pela PUC-PR. Pós-graduado em Teologia Bíblica pela PUC-PR. Graduado em Teologia (integralização de créditos) pelo Centro de Ensino Superior de Maringá CESUMAR. Graduado em Teologia pelo Instituto e Seminário Bíblico de Londrina ISBL. Licenciado ao Ministério Pastoral pela Igreja Presbiteriana do Brasil. Casado com Ivanilza Erdos e têm dois filhos: Natan Henrique e Lucas Vinícius. Ver + Currículo

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