
Os Deveres do Esposo
ORIENTAÇÕES PARA O CRESCIMENTO ESPIRITUAL
Como o esposo deve se relacionar com a esposa – Efésios 5.22-33 [1]
LEITURA DIÁRIA:
D | Mt 18.19 : Orar junto com ela
S | 1Co 7.3 : Buscar a satisfação dela
T | 1Pe 3.7 : Trata-la com dignidade
Q | Pv 31.29 : Continuamente a elogiar
Q | Ef 5.23 : Dirigir a vida dela
S | 1Co 7.33 : Buscar a sua alegria
S | Ef 5.25 : Ama-la profundamente
INTRODUÇÃO
Para que o homem cristão possa ter uma vida plena, em obediência a Cristo, é necessário que saiba como cumprir com o seu papel de esposo e faça a sua esposa sentir que está protegida e amada.
O homem cristão deve adquirir maturidade para dirigir a vida familiar e deve, obrigatoriamente, conscientizar-se sobre o que falta na relação e como suprir as deficiências, para que haja plena satisfação no casamento.
I. SUPRIR O BEM ESTAR EMOCIONAL
Respeito: “As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido” (Ef 5.22-24).
“Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido” (Ef 5.33). Essa questão é muito bem tratada na Bíblia (cf. tb. 1Pe 3.7). Com o mesmo respeito que o esposo cristão quer ser tratado, deve tratar a sua esposa. Ela deve ser tratada com dignidade para que a espiritualidade do lar seja mantida e as orações não sejam interrompidas. O casal forma uma só carne e devem um ao outro o mesmo tratamento Gn 2.24; Mc 10.8. O homem cristão deve saber interpretar o texto de Ef 5.22-24 que explica sobre a autoridade do homem sobre a mulher. O respeito deve ser conquistado e não imposto, para ser o real líder em seu lar.
Amor: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,” (Ef 5.25). A dedicação que o esposo cristão deve à esposa é a mesma que Cristo teve com a Igreja. A entrega a ela deve ser total e tudo o que importa na vida é o seu bem-estar e a sua segurança. O cuidado deve ser constante em todos os sentidos da vida. Ela deverá ser capaz de reconhecer esse amor e ser conquistada por ele, sendo capaz de retribuir o amor recebido.
A esposa deve ser amada e tratada com carinho (Cl 3.19). Se o amor do esposo pela esposa, deve ser igual ao amor de Cristo pela Igreja, deve seguir também o que diz 1Jo 4.19: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro”.
Amizade: O companheirismo deve ser real no casamento. O casal deve andar junto e compartilhar tudo, porque são “uma só carne” e a atenção de um deve estar no outro constantemente. Não deve haver segredos entre eles, mas sim, devem viver a vida um do outro, em cumplicidade! Afinal, o que seria interessante para um se não for interessante para o outro?
Os planos, os projetos, os sonhos, tudo deve ser dos dois, da família. O crescimento de um deve ser incentivado e promovido pelo outro e quando o primeiro estiver alçado, promovido, deverá puxar o outro, ou compartilhar, demonstrando assim, um ao outro, que é muito importante andar lado a lado, inclusive nas bênçãos alcançadas, se fortalecendo cada vez mais (Ec 4.9-12).
II. SUPRIR SEGURANÇA FAMILIAR
Direção espiritual: Cabe ao homem a responsabilidade de cuidar da vida espiritual de sua família. Ele tem que prover meios para que ele, sua esposa e filhos tenham condições de frequentar os cultos, a escola dominical e outras atividades que promovam o crescimento espiritual e a comunhão com a Igreja. O homem é o cabeça da mulher, e da família toda (Ef 5.23), e por isso deve prover direção segura para aqueles que Deus colocou sob a sua direção, conforme os princípios divinos (1Co 11.3). Colocando a família como exemplo de uma pequena Igreja de Deus, 1Tm 3.1-5 tem instruções claras de como o esposo deve governar a sua casa.
Sustento familiar: “Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja porque somos membros do seu corpo” (Ef 5.28-30). O provimento das necessidades básicas da família é de responsabilidade do homem.
Em alguns períodos a mulher certamente auxiliará o homem com alguma atividade profissional ou trabalho, porém haverá momentos que a provisão dependerá exclusivamente dos esforços do esposo, p. ex., em caso de enfermidades, ou quando a esposa se tornar mãe. Nestes momentos a esposa deverá sentir segurança e confiança de que nada irá faltar à família. Por isso deverá haver um preciso e responsável gerenciamento dos recursos familiares.
Governar bem a sua casa implica em ter responsabilidade com a provisão de sua casa de forma a atender a todos os que estão aos seus cuidados (1Tm 5.8).
Exemplo para os filhos: O mesmo comportamento exemplar que é exigido na sociedade, na Igreja, no trabalho e na escola é também exigido na família. O texto em 1Timóteo 4.12 é bem claro ao expor que, nem a pouca idade de um homem, é justificativa para que ele proceda de maneira irresponsável ante às pessoas e instituições. Dessa maneira, o esposo e pai deve ser o exemplo no conhecimento e aplicação da Palavra de Deus no governo de sua família, além de ser exemplar no comportamento, no amar as pessoas, mesmo que estas não mereçam, na prática da fé e na pureza de coração.
III. SUPRIR A SATISFAÇÃO NO CASAMENTO
Se entregar a ela: Em um casamento cristão, o relacionamento deve ser totalmente satisfatório aos dois. A entrega tem que ser total. Não há margem para uma entrega parcial de forma a criar a necessidade de se buscar fora de casa a satisfação no casamento. O texto de Efésios 5.25 destaca a entrega total e o v. 28 indica que a mesma satisfação que o esposo deseja, deve proporcionar à esposa, e vice-versa.
O texto de 1Coríntios 7.3-5 explica claramente que no casamento, um não pode limitar ou privar a satisfação sexual do outro para que não ocorra a tentação de se busca-la com outras pessoas. Este é um fato que ocorre em muitos lares, gerando brigas, separações e feridas difíceis de curar. Tomar conhecimento desta responsabilidade de ambos, evita que haja infelicidade no lar.
Compreender as limitações de ambos: Há situações onde o desempenho da vida sexual é limitado e acaba interferindo no casamento. É necessário que haja uma profunda compreensão sobre essas limitações para que possam encontrar meios de se adaptarem e se ajudarem, para não correrem o risco de prejudicar o relacionamento. As limitações são causadas por: (1) traumas de infância; (2) traumas causados no próprio casamento; (3) insuficiência hormonal; (4) disfunção erétil; (5) enfermidades; (6) indisposições causadas por brigas, tristezas, etc. (7) outros fatores.
Buscar ajuda para corrigir as deficiências e limitações: O aconselhamento de casais efetuados por pessoas especializadas têm trazido muitos benefícios para a salvação de um casamento prejudicado pelas limitações sexuais. Além disso, sabendo que a causa das deficiências têm causa patológica, fica mais fácil buscar ajuda especializada de médicos que possam fazer um tratamento adequado.
CONCLUSÃO
O grau de dedicação do homem como esposo e pai faz muita diferença no fortalecimento da estrutura familiar. Não há formas de conquistar a submissão da esposa e dos filhos, e coloca-los sob a direção do homem, se eles não conseguirem ver a entrega total deste homem à esposa e à família, à semelhança de Cristo que se entregou pela Igreja.
A busca do aperfeiçoamento neste objetivo é uma tarefa que deve ser colocada em prática constantemente. Ainda que falte alguma coisa para a perfeição, o visível esforço será coroado pela satisfação de ver a esposa e filhos felizes, sabendo que há alguém empenhado pela segurança e bem-estar deles.
Considerando que a Igreja é formada por muitas famílias, o fortalecimento da família fortalece a Igreja e vice-versa. Porém se houver a desestruturação da família, a Igreja também enfraquecerá. Por isso que devemos nos preocupar em manter a integridade familiar lutando para que cada membro da família cumpra com o seu dever adequadamente.
A Igreja, como organismo formado por muitas famílias deve se empenhar em manter vigilância sobre as famílias e auxiliá-las quando estiverem em dificuldades, seja de ordem financeira ou emocional. Somente assim a Igreja com suas famílias se manterão fortalecidas.
[1] HENDRIKSEN, William. Efésios e Filipenses: Comentário do Novo Testamento. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, pp. 293-306.