cronologia dos Evangelhos é um tópico complexo e significativo dentro da teologia conservadora, particularmente quando se considera o conceito de inerrância bíblica e a tradição apostólica que sustenta a autoria dos Evangelhos. Este artigo explorará a linha do tempo dos Evangelhos — Mateus, Marcos, Lucas e João — enquanto aborda os conflitos aparentes entre os Evangelhos Sinóticos e o Evangelho de João.
Visão geral cronológica dos Evangelhos
Autoria e Datação
A visão tradicional sustenta que os Evangelhos foram escritos pelos apóstolos ou seus associados próximos, preservando os ensinamentos e eventos da vida de Jesus. As seguintes datas são amplamente aceitas entre acadêmicos conservadores:
Marcos: Geralmente acredita-se que foi escrito entre 55-65 d.C. , Marcos é considerado o Evangelho mais antigo. Muitas vezes, acredita-se que seja baseado nos ensinamentos de Pedro, fornecendo um relato vívido do ministério e da paixão de Jesus.
Mateus: Escrito por volta de 60-70 d.C. , Mateus é pensado para ter sido extraído de Marcos e outras tradições orais. Este Evangelho enfatiza Jesus como o cumprimento das profecias do Antigo Testamento, apelando a um público judeu.
Lucas: Também composto na década de 60 d.C. , Lucas é conhecido por seus detalhes históricos e acredita-se que tenha usado Marcos e Mateus como fontes. O relato de Lucas está particularmente preocupado com a inclusividade da mensagem do Evangelho.
João: O último dos quatro, o Evangelho de João é datado de 60-90 d.C. Ele apresenta uma interpretação mais teológica da vida e divindade de Jesus, focando em sua identidade como o Filho de Deus e a importância da fé nele.
Certamente que cada estudioso dos Evangelhos terá a sua opinião sobre as datações. Todas elas inconclusivas, devido a diversos fatores que dificultam a exatidão.
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Os Evangelhos Sinóticos vs. João
Os Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) compartilham uma quantidade significativa de conteúdo, frequentemente relatando os mesmos eventos e ensinamentos em sequências semelhantes. Isso levou a discussões sobre sua interdependência e as fontes que eles podem ter compartilhado. Em contraste, o Evangelho de João apresenta uma narrativa distinta que inclui eventos e ensinamentos únicos, como as declarações “Eu Sou” e os discursos estendidos de Jesus.
Principais diferenças
Cronologia dos Eventos: Os Sinópticos geralmente concordam com a linha do tempo do ministério de Jesus, enquanto João coloca certos eventos, como a purificação do templo, em diferentes pontos da narrativa. Por exemplo, o relato de João sugere que Jesus purificou o templo no início de seu ministério, enquanto os Sinópticos o colocam no final.
Ênfase teológica: O Evangelho de João enfatiza a divindade de Cristo e o conceito de vida eterna por meio da crença nele, apresentando uma perspectiva mais reflexiva e teológica em comparação aos Sinóticos, mais orientados para a narrativa.
Milagres e Sinais: João se refere aos milagres de Jesus como “sinais” que revelam sua glória, concentrando-se em menos milagres do que os Sinóticos, mas fornecendo percepções mais profundas sobre seu significado.
Lidando com Controvérsias
As diferenças entre os Evangelhos levaram a vários debates acadêmicos, particularmente em relação à confiabilidade dos textos. De uma perspectiva conservadora, essas discrepâncias não minam a inerrância bíblica, mas refletem as perspectivas e propósitos únicos de cada escritor do Evangelho. A tradição apostólica afirma que esses relatos foram preservados por meio de transmissão fiel, garantindo sua integridade teológica e confiabilidade histórica.
O papel da tradição oral
A igreja primitiva dependia muito da tradição oral antes que os Evangelhos fossem escritos. Estudiosos conservadores argumentam que os primeiros cristãos eram principalmente preservadores dos ensinamentos de Jesus, em vez de inovadores, o que apoia a confiabilidade dos relatos dos Evangelhos como reflexos do ministério real de Jesus. Essa visão se alinha com a ênfase reformada na soberania de Deus na orientação da transmissão das Escrituras.
Conclusão
A cronologia dos Evangelhos revela uma rica tapeçaria de percepções teológicas e relatos históricos que são fundamentais para a fé cristã. Enquanto os Evangelhos Sinóticos e João apresentam perspectivas diferentes, essas diferenças aumentam nossa compreensão da vida e missão de Jesus. Mantendo os princípios da inerrância bíblica e da tradição apostólica, a teologia reformada conservadora afirma os Evangelhos como textos divinamente inspirados que transmitem fielmente a mensagem da salvação por meio de Jesus Cristo.
Fontes consultadas:
PIPER, John. The Chronology of the New Testament. Disponível em: https://www.desiringgod.org/articles/the-chronology-of-the-new-testament acesso em 14/09/2024.
KRUGER, Michael. A doutrina da Inerrância da Bíblia é essencial. Disponível em: https://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/07/doutrina-da-inerrancia-da-biblia-e-essencial/ acesso em 14/09/2024.