Como associado da Amazon o Teologia.Plus ganha comissão por compras qualificadas, sem custo adicional para você. Saiba mais detalhes.

Quem há semelhante ao Senhor, nosso Deus?

Quem há semelhante ao Senhor, nosso Deus, cujo trono está nas alturas, que se inclina para ver o que se passa no céu e sobre a terra? Ele ergue do pó o desvalido e do monturo, o necessitado, para o assentar ao lado dos príncipes, sim, com os príncipes do seu povo. Faz que a mulher estéril viva em família e seja alegre mãe de filhos. Aleluia! (Salmos 113:5-9)

O Salmo 113 é um hino de louvor a Deus e celebra o seu cuidado por aqueles que são esquecidos da sociedade: os fracos e humildes. Um hino de celebração que começa com aleluia e termina com aleluia, enaltecendo a soberania de Deus.

Porém, vamos dar ênfase aos versículos de 5 a 9 e descobrir a preocupação de Deus com pessoas que são esquecidas, ou seja, não há quem as defenda.

Aqui, Deus é um Deus de providência; por isso a necessidade de louvarmos. Mesmo que sua excelência esteja muito acima nas alturas, longe dos olhos humanos, distante de nossas mãos, mesmo assim Ele se digna a olhar para nós.

“Quem há semelhante ao Senhor, nosso Deus, cujo trono está nas alturas, que se inclina para ver o que se passa no céu e sobre a terra?”

Ensina-nos a olhar para Deus como único, absoluto e incomparável, com o qual não há semelhança com outros deuses. Um Deus que criou todas as coisas e nada acontece sem que Ele permita; tudo é governado com sua bondade e soberana vontade.

Calvino afirma que:

“Não que sua bondade pudesse ser separada de sua glória; mas esta distinção é delineada em consideração aos homens, que não seriam capazes de suportar a majestade de Deus, se Ele não se fosse gracioso a ponto de humilhar-se e nos atrair dócil e bondosamente para Si. Isso significa que o habitar de Deus acima dos céus, tão incomensuravelmente distante de nós, não O impede de estar bem próximo de nós e fazer liberalmente provisão para o nosso bem-estar.”¹

Deus é misericordioso para conosco, e sua majestade não O impede de se aproximar de nós. Mesmo sendo pecadores, nós podemos ser atraídos pela sua bondade e reverenciá-Lo por tudo que Ele é. Deus é nosso pai e por isso nos trata como filhos, com todo cuidado e amor. Deus decide, por sua escolha, se aproximar de nós e, com olhar de ternura, se inclina do seu alto e sublime trono e nos contempla com seu olhar de misericórdia e bondade.

“Ele ergue do pó o desvalido e do monturo, o necessitado, para o assentar ao lado dos príncipes, sim, com os príncipes do seu povo. Faz que a mulher estéril viva em família e seja alegre mãe de filhos”

Alguns comentaristas dizem que estes dois versículos são “tomados” quase que palavra por palavra do cântico de Ana em 1 Samuel 2:8: “Levanta o pobre do pó e, desde o monturo, exalta o necessitado, para o fazer assentar entre os príncipes, para o fazer herdar o trono de glória; porque do Senhor são as colunas da terra, e assentou sobre elas o mundo”.

Naquela época, em Israel, era algo humilhante e muito triste para uma mulher não ter filhos, significando que poderia, em sua velhice, ficar sozinha, sem ninguém para ajudá-la. E esta era a situação de Ana, mas seu coração clamava a Deus por ajuda, e Ele graciosamente a tira do pó, reerguendo-a, e faz com que ela habite num lugar de honra e concede a ela um filho, Samuel, que significa “porque eu pedi ao Senhor”.

Nestes versículos, Deus faz a mesma coisa com seu povo. O desvalido – aquele que é desprotegido, desamparado – Ele ergue do monturo, ou seja, do monte de lixo, de coisas velhas e descartáveis, e faz com que nos assentemos no trono dos príncipes, que sejamos enaltecidos pela vontade dEle, porque Ele decidiu olhar para nós com olhar de bondade e ternura.

Assim como fez com Ana, dando-lhe um filho, Ele faz conosco hoje: nos dá uma família, um lar, uma igreja, um lar eterno, para que possamos fazer parte, sermos pertencentes a algo muito maior do que coisas terrenas e perecíveis.

Aleluia!

O brado final do louvor: fomos resgatados pela bondade e misericórdia de Deus! Ele, mesmo sendo Deus, decide olhar para nós, planeja muito antes da criação de todas as coisas nos resgatar, enviando seu único Filho para morrer por mim, por você, e nos fazer assentar em lugares de honra.

Um Deus que não se pode comparar a nada que exista nos céus, nem na terra e nem embaixo dela – um Deus incomparável e imensurável em sua majestade e grandeza. Um Deus que levanta um ser descartável, transforma-o e o faz habitar num lugar de honra.

E está preparando um lugar de honra absoluta e plena na eternidade, onde, com seu olhar gracioso, irá nos levar para habitar juntos com Ele, para todo o sempre.


¹ CALVINO, João. Salmos, vol. 4, p. 102.

Ivanilza Erdos
Ivanilza Erdos

Mestre em Teologia pela PUC-PR. Pós-graduada em Teologia Bíblica pela PUC-PR. Graduada em Teologia (integralização de créditos) pelo Centro de Ensino Superior de Maringá CESUMAR. Graduada em Teologia pelo Instituto e Seminário Bíblico de Londrina ISBL. Cristã Protestante. Casada com Francisco Erdos e têm dois filhos: Natan Henrique e Lucas Vinícius.

Teremos o maior prazer em ouvir seus pensamentos

Deixe uma Comentário

Teologia Plus
Logo
Shopping cart