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A Ressurreição e Ascensão de Cristo: Fato Histórico Incontestável

A Ressurreição e Ascensão de Cristo não são apenas capítulos finais de uma história antiga; elas representam o Ressurreição e Ascensão de Cristo, o ponto de inflexão de toda a história da salvação e o fundamento objetivo da fé cristã. Longe de serem meras lendas piedosas ou eventos periféricos, esses fatos consumados na pessoa de Jesus Cristo são a pedra angular de toda a doutrina soteriológica e escatológica. A fé inabalável e a esperança sólida do crente estão inquestionavelmente ancoradas na realidade de que a morte não pôde reter o Salvador.

O movimento cristão, em sua essência, não se baseia em sentimentos subjetivos ou filosofias abstratas, mas em fatos objetivos consumados na pessoa de Jesus Cristo (McGrath, 2010, p. 404). A crença nesse acontecimento histórico da ressurreição, sendo um evento que se deu no espaço e no tempo, foi o fator decisivo que, de fato, trouxe a Igreja à existência (Culver, 2012, p. 804).

O Significado Teológico da Exaltação de Cristo

A ressurreição e a ascensão marcam a transição definitiva de Jesus Cristo do estado de humilhação para o estado de exaltação. O teólogo reformado Herman Bavinck ( 2012, p. 479) estabelece que, para que Cristo fosse um Salvador no sentido pleno da palavra e executasse toda a obra de recriação, o estado de exaltação – que abrange a ressurreição, a ascensão e a sessão à destra de Deus – tornou-se tão necessário quanto o estado de humilhação. A vitória sobre a morte não foi um simples retorno à vida, mas o início da Sua glorificação, que valida e sela a obra de Sua encarnação e sacrifício (Berkhof, 2012, p. 143).

A Ressurreição e Ascensão de Cristo são, portanto, a declaração formal de Deus Pai de que a obra mediatorial de Seu Filho foi completamente aceita. Essa vitória sobre a morte foi o passo fundamental de Sua exaltação (Erickson, 2015, p. 746), pois libertou Cristo da maldição que recaiu sobre Ele ao assumir os pecados da humanidade na cruz. Essa vitória é a garantia de que a pena do pecado foi inteiramente satisfeita e que a condição para a vida eterna de Seu povo foi estabelecida (Ferreira; Myatt, 2007, p. 642).

A Necessidade e Autenticação da Doutrina

A realidade histórica da ressurreição é o eixo central do cristianismo. O apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios, argumenta com clareza: se Cristo não ressuscitou, a fé é completamente inútil e os crentes ainda permanecem em seus pecados (1Co 15:17). Isso significa que, para o apóstolo, a fé não pode prescindir de um fundamento factual e objetivo. Portanto, o reconhecimento da ressurreição deve ser objetivo, rejeitando a ideia de que seja apenas uma experiência subjetiva de fé no coração dos crentes (Kistemaker, 2003b, p. 751).

As Escrituras ensinam que a Ressurreição e Ascensão de Cristo são uma realidade histórica claramente atestada, exigindo que todas as interpretações espiritualizantes e subjetivizantes sejam rejeitadas (Bavinck, 2012, p. 424). A Ressurreição é a autenticação decisiva de que o Cristo crucificado é o Senhor eterno (Ferreira; Myatt, 2007, p. 654).

O Cabo de Três Cordas da Evidência Histórica

A ressurreição de Jesus Cristo constitui o fundamento indestrutível da fé cristã e, segundo DeRouchie, emerge como o evento mais decisivo na história da humanidade após a criação original, inaugurando a nova criação. A validade do Evangelho e a esperança viva do crente, explica Perman, dependem intrinsecamente deste milagre corpóreo.

Continuando, Perman ensina que, para determinar a historicidade deste evento, utilizamos o método de “inferência para a melhor explicação”. Ao aplicar esta metodologia, a ressurreição de Cristo revela-se como a única explicação racional para um conjunto de fatos aceitos até mesmo por estudiosos céticos. Estes dados formam um “cabo de três cordas fortemente tecido que não pode ser quebrado”.

O primeiro ponto é o sepulcro vazio. O segundo ponto são as aparições reais de Jesus ressurreto. O terceiro, e final, ponto é a origem da fé cristã.

Ao confrontar estas três realidades, Perman conclui que, se rejeitarmos a ressurreição, somos deixados com múltiplos mistérios inexplicáveis; contudo, a Ressurreição de Cristo explica integralmente toda a evidência em campo. Este evento histórico incontestável valida todas as reivindicações de Jesus de ser Deus e o Juiz designado do mundo, sendo o fundamento indestrutível da esperança do crente.

O Túmulo Vazio como a Primeira Prova Física

O túmulo vazio se estabelece como a primeira e fundamental prova física da realidade da ressurreição. Embora o ato da ressurreição propriamente dito não tenha tido testemunhas humanas, o túmulo vazio é um fato reconhecido pela maioria dos envolvidos no debate histórico e teológico (Bavinck, 2012, p. 445-446).

Ao alvorecer do primeiro dia da semana, as mulheres que foram ao local encontraram a pedra removida. Lucas afirma de forma inequívoca: “ao entrarem, não acharam o corpo do Senhor Jesus” (Lc 24:3). A ausência do corpo foi confirmada pela proclamação angélica: “Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia” (Mt 28:6).

É importante notar o destaque dado ao papel das mulheres como as primeiras testemunhas do sepulcro vazio (Deiros, 2021a, p. 808). Essa ênfase é um forte indício da veracidade da narrativa. O testemunho feminino possuía pouca credibilidade legal na sociedade judaica, tornando a invenção desse detalhe altamente improvável em um contexto de fraude (Ferreira; Myatt, 2007, p. 637). Portanto, o túmulo vazio serve como um sinal indispensável que impede a interpretação errônea de que a ressurreição teria sido um evento meramente subjetivo (McGrath, 2010, p. 459).

A ausência do corpo refuta diretamente a alegação de que a ressurreição foi apenas espiritual. Ela atesta a emergência de Cristo com o mesmo corpo físico que fora sepultado (Culver, 2012, p. 805). O significado redentor desse evento é que a ressurreição, evidenciada pelo sepulcro vazio, demonstrou que a pena do pecado foi completamente satisfeita e esgotada (Culver, 2012, p. 812). O fato de que os inimigos de Cristo não puderam jamais produzir Seu corpo morto confere ao túmulo vazio um peso probatório inegável (Ferreira; Myatt, 2007, p. 651).

As Aparições Pós-Ressurreição e a Corporeidade

A realidade histórica da ressurreição é inseparável do robusto conjunto de testemunhos de indivíduos e grupos que viram e interagiram com Ele após Sua vitória sobre a sepultura (Bavinck, 2012, p. 424). Tais manifestações foram atos pelos quais Jesus Se apresentou vivo, fornecendo “muitas provas incontestáveis” de Sua ressurreição durante um período de quarenta dias (At 1:3). O cerne dessa evidência é preservado no credo primitivo de 1 Coríntios, um testemunho que se situa cronologicamente muito próximo aos fatos, dificultando a alegação de que a ressurreição seja uma lenda posterior (Ferreira; Myatt, 2007, p. 650).

O apelo à credibilidade atinge seu ponto máximo com a aparição a um vasto conjunto de testemunhas: “Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora; porém alguns já dormem” (1Co 15:6). Ao aparecer a quinhentos crentes em uma só ocasião, Cristo forneceu uma prova esmagadora de que estava vivo (KISTEMAKER, 2003b, p. 738). A inclusão do detalhe de que a maioria dessas testemunhas ainda estava viva era uma convocação aberta para que qualquer cético da época pudesse inquirir e verificar a veracidade da ressurreição.

A Prova da Corporeidade: O Corpo Ressuscitado

O corpo ressuscitado era o mesmo corpo físico que havia sido sepultado, agora glorificado, mas ainda carregando as marcas da Paixão (Culver, 2012, p. 808). A experiência de Tomé é crucial para demonstrar a concretude do evento. O convite de Cristo a Tomé, registrado em João 20:27 — “Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente” — é a prova mais definitiva da corporeidade da ressurreição (Ferreira; Myatt, p. 559). Além disso, o ato de comer peixe diante dos discípulos (Lc 24:42-43) também serviu para provar a natureza física de Seu ser ressurreto (Ferreira; Myatt, 2007, p. 639).

A Transformação Radical dos Discípulos

A evidência mais eloquente e psicologicamente convincente da realidade sobrenatural da ressurreição de Cristo reside na metamorfose psicológica e espiritual de Seus discípulos. No momento da prisão, a resposta dos discípulos foi a deserção total: “Então, os discípulos todos, deixando-o, fugiram” (Mt 26:56). Após a morte de Cristo, a atitude predominante era de desespero. Eles estavam abatidos, angustiados e se esconderam, temerosos de serem igualmente presos e executados (Ferreira; Myatt, 2007, p. 628).

No entanto, essa postura de pânico e derrota foi revertida de forma abrupta e completa, marcando a história. A única explicação plausível para essa mudança radical, de covardia para coragem inabalável, é a convicção absoluta de que Jesus havia ressuscitado (Erickson, 2015, p. 746). A fé dos discípulos reviveu somente quando eles descobriram que Jesus tinha se levantado da sepultura (Bavinck, 2012, p. 443).

A manifestação dessa transformação se deu na intrepidez com que os apóstolos enfrentaram as autoridades judaicas. Quarenta dias após a crucificação, esses homens, que antes fugiram (Sproul, 2017, p. 699), estavam pregando abertamente. Quando ordenados a cessar a pregação, a resposta dos apóstolos demonstrou sua convicção inabalável: “Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At 4:19-20). Esta transformação interna e corajosa é um testemunho histórico da intervenção divina que validou a ressurreição de Jesus, pois não há explicação mais natural para a metamorfose de pessoas derrotadas em corajosos pregadores dispostos a morrer pela sua mensagem, senão a de que Jesus estava vivo novamente (Erickson, 2015, p. 746).

Aplicações Práticas da Exaltação de Cristo Hoje

O Cristo exaltado e ressuscitado não é um mero objeto de estudo teológico; Ele é a fonte do poder, da esperança e da missão do crente.

1. A Fonte da Esperança Inabalável

A Ressurreição de Cristo é o penhor da ressurreição futura de todos os crentes. Por causa dEle, nossa fé tem substância e nossa esperança se estende além da sepultura. Se Cristo ressuscitou, a morte não é o fim, mas um portal para a glória. Isso proporciona um senso de segurança escatológica que nenhuma filosofia secular pode oferecer, permitindo que o crente enfrente a vida e a morte com serenidade.

2. O Poder para o Serviço e Ministérios

O Cristo exaltado não está inativo; Ele continua Sua atividade mediatorial, distribuindo os benefícios da salvação adquiridos (Bavinck, 2012, p. 530). O Espírito Santo, derramado no Pentecostes, é o presente do Cristo ressurreto e ascendido, capacitando a Igreja para o ministério eficaz. A pregação do Evangelho é eficaz precisamente porque o Senhor a quem proclamamos está vivo e ativo. Nossas fraquezas são superadas pela suficiência do poder dEle, que Se manifesta em nós.

3. A Garantia da Intercessão Contínua

Ao ascender e Se assentar à destra do Pai, Cristo inaugurou Seu papel como nosso Sumo Sacerdote celestial. Ele intercede continuamente por Seu povo, garantindo que nossas orações sejam ouvidas e que permaneçamos seguros em Sua aliança. Esta verdade proporciona um profundo conforto: em meio às provações, temos um Advogado perfeito que Se compadece de nossas fraquezas e que garante que todas as coisas cooperem para o nosso bem.

4. A Autoridade Absoluta para a Missão

A Ascensão, muitas vezes negligenciada, é o clímax da exaltação, onde Jesus recebe “todo o poder no céu e na terra” (Mt 28:18). Isso confere autoridade absoluta à Grande Comissão. A Igreja não realiza sua missão por mandato humano ou força própria, mas sob a soberana autoridade do Cristo entronizado, que governa sobre todas as esferas da criação.

Conclusão: O Ponto de Partida da Fé

Em resumo, a Ressurreição e Ascensão de Cristo são os pilares irremovíveis da fé cristã. Elas validam Sua identidade como Messias, garantem a suficiência de Sua obra expiatória e fornecem a autoridade e o poder para a Igreja no presente. A prova histórica – o túmulo vazio, as aparições corpóreas e a transformação irrefutável dos discípulos – exige uma resposta de fé racional e objetiva. Crer no Cristo ressurreto é abraçar o fato de que a nova criação já começou e que nossa justificação foi declarada publicamente.

A fé inabalável na realidade histórica da ressurreição de Cristo é, portanto, o ponto de partida essencial para a edificação da fé e para uma vida de serviço corajoso e esperançoso.


A RESSURREIÇÃO E ASCENSÃO DE CRISTO

O Fundamento Incontestável da Nossa Esperança

“E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.”

— 1 Coríntios 15:17

Fundamento Objetivo

É a base factual e objetiva que sustenta toda a doutrina e esperança cristã.

Estado de Exaltação

Marca a transição de Cristo da humilhação para a Sua glorificação e reinado eterno.

Obra Aceita

É o selo do Pai que valida e aceita plenamente o sacrifício mediatorial de Cristo na cruz.

Fé Inútil

Sem a Ressurreição histórica, a fé é vã e o homem permanece sob a condenação do pecado.

Cabo de Três Cordas

A tese apologética que une as três principais evidências que provam a Ressurreição.

O Túmulo Vazio

Prova física fundamental, atestada pela ausência do corpo e pelo testemunho feminino.

Aparições Corpóreas

Visto por +500 pessoas. Interações físicas que provam a corporeidade, como a Tomé.

Mudança Radical

Transformação dos discípulos de covardes fugitivos em pregadores corajosos e mártires.

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Referências:


Francisco Erdos
Francisco Erdos

Doutor em Teologia pela PUC-PR. Mestre em Teologia pela PUC-PR. Pós-graduado em Teologia Bíblica pela PUC-PR. Graduado em Teologia (integralização de créditos) pelo Centro de Ensino Superior de Maringá CESUMAR. Graduado em Teologia pelo Instituto e Seminário Bíblico de Londrina ISBL. Licenciado ao Ministério Pastoral pela Igreja Presbiteriana do Brasil. Casado com Ivanilza Erdos e têm dois filhos: Natan Henrique e Lucas Vinícius. Ver + Currículo

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